Educação para Paz nas Escolas

Sentimos muito pela morte violenta da professora Bete, uma mulher que dedicou sua vida a educar e ser exemplo para tantos jovens e acabou por ser vítima fatal de um adolescente de 13 anos. Isso é muito chocante e desolador. 

Um dos principais objetivos da equipe do coletivo Fora da Caixa é difundir a Cultura de Paz e a Não-violência. Estamos há muitos anos desenvolvendo programas de Educação para Paz para crianças e jovens, eu particularmente estudo e busco criar estratégias de Cultura de Paz desde 1995, desde então já tive a oportunidade de ter aulas com Dalai Lama, Edgar Morin, Jean Marie-Muller, entre outros e já compreendi que não existe uma solução mágica, é preciso um olhar compassivo, amoroso e muito diálogo para abrir as mentes e corações das crianças e jovens para a não-violência e o respeito ao próximo. 

Infelizmente os exemplos de pessoas violentas, bélicas, misóginas, machistas e truculentas se multiplicam em todos os meios, a cultura bélica, armamentista e competitiva é apoiada e continua sendo a predominante em quase a totalidade dos países. Não é mais surpresa quando ouvimos falar de ataques em escolas e outros locais públicos tanto nos Estados Unidos quanto em outros países, porém passado alguns dias esquecemos as notícias e seguimos a vida como se nada tivesse acontecido. A banalização já nos entorpeceu e esse talvez seja o pior dos cenários. Se nossa comoção não for transformada em ação, o mal irá se infiltrando pelas menores frestas e logo nos alcançará de um modo ou outro. 

Por isso criamos e implementamos programas para escolas, empresas e projetos sociais onde existe uma vulnerabilidade maior, levamos a mensagem que contempla a troca de saberes, o fortalecimento do diálogo, os ensinamentos sobre não-violência deixados por Mahatma Gandhi, Luther King, Dalai Lama entre outros pacifistas e o resultado dos programas sempre nos surpreende pois esses grupos conseguem mudar a forma de entender o mundo e adotar práticas saudáveis de convivência onde não há preconceito, bullying, desrespeito às diferenças e os envolvidos acabam por se engajar em movimentos em favor da vida e integração na comunidade. É lindo de se ver e o reconhecimento de nossos projetos já nos trouxe premiações, convites internacionais e muito orgulho para nossa equipe. 

Mas ainda assim é pouco, gostaríamos de ver os programas de Educação para Paz no currículo de todas as escolas, públicas e particulares, os programas deveriam ser realizados com os professores, gestores e alunos, mas poucos enxergam isso como uma necessidade e somente quando tragédias acontecem isso é colocado em pauta. Pouco se faz para prevenir e pouco se pode fazer para remediar, ainda falta muito para implementarmos uma paz positiva, uma situação que não busca mediar ou solucionar conflitos e sim impedir que essa dinâmica se instale. 

Professores, pais e sociedade deveriam unir seus esforços para que as escolas desenvolvam programas mais humanistas, menos competitivos e mais cooperativos, menos voltado ao mercado e mais focado no aprimoramento ético e na inteligência emocional, assim os indivíduos estariam mais aptos para enfrentar os desafios da vida em sociedade.

Com o intuito de aproximar os professores, pais e educadores sociais das estratégias de cultura de paz, estamos elaborando um livro com a fundamentação teórica, indicação de temas e dinâmicas que podem ser aplicadas no contexto escolar e comunitário e avaliações sobre como está a saúde emocional dos participantes. Essa é uma tentativa de multiplicar nossos programas e alcançar um maior número de pessoas. Não estamos satisfeitos apenas em ver os bons resultados que obtemos com as crianças e jovens que estão participando de nosso programa, queremos que este conteúdo encontre cada vez mais educadores e que eles possam aplicar os conceitos e atividades que cultivem a boa convivência e a paz como meio e não apenas como fim. 

Se quiser participar de encontros e oficinas de Educação para Paz clique no link https://forms.gle/UNJknuWCB7j6g5Xd8 e verifique a data dos próximos encontros. Caso deseje implementar estes programas na sua escola, empresa ou comunidade consulte-nos sobre a disponibilidade de dias e horários. Aqui em nossa revista digital Openzine também há vários artigos e vídeos relacionados sobre o tema, basta dar uma busca para acessar as matérias.

Em nome da paz e concórdia,

Regina Proença