O Arrependimento de Gandhi

Compartilhar


CONFISSÃO
“Errar é humano. Ao confessar, convertemos nossos erros em degraus no caminho para avançar. Caso contrário, uma pessoa que tenta esconder seus erros se torna uma fraude viva e afunda-se. O homem não é nem bruto nem Deus, mas uma criatura de Deus que se esforça para realizar sua divindade. O arrependimento e a auto purificação são os meios. No momento em que nos arrependemos e pedimos perdão a Deus por nosso lapso, somos purgados do nosso pecado e uma nova vida começa para nós. O verdadeiro arrependimento é um requisito essencial da oração.” Gandhi.

CONFESSION “To err is human. By confessing we convert our mistakes into stepping stones for advance. On the contrary, a person who tries to hide his mistakes becomes a living fraud and sinks down. Man is neither brute nor God, but a creature of God striving to realize his divinity. Repentance and self-purification are the means. The moment we repent and ask God for forgiveness for our lapse, we are purged of our sin and new life begins for us. True repentance is an essential requisite of prayer.” https://www.facebook.com/mahatma.gandhiji

 

“Só me arrependo do que eu não fiz!”
É uma frase que vejo ser usada com muita frequência. Eu mesmo já usei.

Sem muita reflexão, parece legal não se arrepender de nada, como uma declaração de identidade: é assim que eu sou.

Com um pouco de reflexão, podemos olhar o arrependimento como positivo e necessário. Todos erramos. E errar não é errado. Errado é não aprender com o erro. Errado é achar que não errou, quando errou. E isso que o não-arrependimento é: uma desculpa para ignorar o erro, não aprender nada e continuar com os mesmos erros.

Arrepender-se é, sobretudo, um exercício de humildade. Eu nunca vi ninguém dizendo que humildade é ruim, pelo contrário, quase sempre se apresentam como humildes. Mas não se arrependem, ah não: “Só me arrependo do que não fiz”. Percebe a contradição?

Então, como sair desse vício de não se arrepender e começar a trilhar o caminho do crescimento? Com a confissão!

Independente de qual seja sua crença ou não-crença, todos podemos confessar. Com um padre, pastor ou policial, com alguém que se tenha intimidade e confiança ou com um completo desconhecido no ponto de ônibus. Mas, se você for mais corajoso, pode confessar consigo mesmo.

Seja como for, confesse. A confissão nada mais é que reconhecer o erro, passo importante para o arrependimento, o conserto e a prevenção.

Uma confissão feita com reflexão trará luz para seus atos, identificando o que é errado e o que não é. Sim, amigos e amigas, existem “erros” que não são erros. Mas como distinguir o que é errado do que não é? Isso é um trabalho seu, de autoconhecimento, de princípios, crenças e valores.

O arrependimento é aceitar o erro como parte da sua humanidade, do fato de que só quem tenta erra, mas que ao errar, algo mudou, uma lição foi aprendida e buscar a correção ou a prevenção do erro é da índole dos que amadurecem.

Crescer é diferente de envelhecer. Tudo envelhece, mas para crescer é preciso estar atento às lições da vida. Confessar, arrepender, aprender, corrigir e prevenir. Daqui para frente, em vez de só se arrepender do que não fez, comece a se arrepender dos erros, aprender as lições e então começar a fazer coisas das quais não vai realmente se arrepender.

A confissão e o arrependimento, quando feitos de forma reflexiva e construtiva, abrem caminho para outra habilidade nossa: a capacidade de perdoar. Afinal, como posso verdadeiramente perdoar o erro do outro quando sequer aprendi a lidar com os meus? Mas esse é assunto para outro texto.

Até breve.

 

Ricardo Domingo de Albuquerque
É programador de computadores, publicitário não-praticante, fotógrafo amador, nerd de nascença e pai do Henrique e da Sofia. Participa do Fora da Caixa Coletivo Cultural, onde aprende com os erros e se arrepende de não ter começado a meditar antes.
Pode ser encontrado, ou não, no Facebook, no Twitter e no Instagram.

Comentários Facebook
Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *